Terceirização: um risco também para classe média
Engana-se quem pensa que a terceirização irrestrita
prejudica apenas o trabalhador mais carente. A prática é ruim também para a
classe média. Com a liberação, o mercado de trabalho muda para todos. Os
concursos públicos que até então davam alguma proteção serão trocados por
contratações sem nenhum tipo de proteção.
Mas, não são só
os concursos que correm risco. Todo tipo de contrato com carteira assinada pode
acabar. Do professor ao enfermeiro, passando pelo arquiteto, publicitário,
engenheiro, advogado. Todos estarão sujeitos às novas formas de contratação,
sem direito e ao "bel-prazer do ciclo econômico".
O mais agravante
é que o cidadão não pode contar com o Judiciário. Recentemente os ministros do
STF (Supremo Tribunal do Trabalho) deram um exemplo de que lado estão ao
aprovar a terceirização para as atividades-fim das empresas.
Com a prática
liberada, as previsões não são nada boas. O subemprego vai aumentar e a renda
das famílias será ainda mais achatada, dificultando a retomada do crescimento.
Tem mais, as
chances de mudança para o atual cenário de desemprego são pouquíssimas. Vale
lembrar que, segundo o IBGE, quase 13 milhões de pessoas estão sem emprego no
país. (SBBA)