MACHISMO E COVARDIA REJEITA CRIAÇÃO DE COTA PARA MULHERES NO PARLAMENTO
Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB com agências
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) promove a
votação de uma reforma política que nem de longe interessa à classe
trabalhadora. Tenta a todo custo aprovar as teses mais reacionárias e rejeitar
qualquer tipo de proposta que possa conter uma mínima brisa de visão
progressista, de avanços para a sociedade. Como ocorreu na última terça-feira
(16), quando a Câmara não conseguiu votos suficientes para aprovar a Proposta
de Emenda à Constituição (PEC) 182/2007, que visava assegurar uma conta de
vagas para as mulheres no Parlamento. O deputado parece muito feliz com isso.
Por se tratar de uma PEC eram necessários 308 votos favoráveis à
proposta e a bancada feminina conseguiu 293 votos. “O Eduardo Cunha está
tratando de acelerar a votação de inúmeros projetos para aprovar ou rejeitar o
que é de interesse contrário aos da classe trabalhadora e do desenvolvimento.
Mas nós não desistiremos. Continuaremos na luta para conquistar a igualdade de
gênero e para tirarmos o Brasil dos últimos lugares em participação feminina no
Congresso”, revela Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.
Houve ainda 101 votos contrários e 53 abstenções ao texto que previa
15% de reserva para as mulheres. Mas a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
garante que a bancada feminina não vai parar. “Na semana que vem, nós, as
mulheres senadoras, vamos nos reunir e traçar os caminhos aqui no Senado e
tenho certeza que podemos chegar a uma redação capaz de ser aprovada na CCJ
(Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) e ir a plenário. Não foi num
primeiro momento que as mulheres conseguiram o voto no Brasil, e também não
seria na primeira oportunidade nós teríamos esta mudança agora”, reforça a
Procuradora da Mulher do Senado.